Concurso arquitetura

Equipe interdisciplinar e interinstitucional (UFG-FAV, PUC e IFG) é finalista em concurso internacional de arquitetura

Por Cátia Ana Baldoino da Silva. Em 19/05/20 16:27. Atualizada em 19/05/20 17:33.

A competição é promovida pela Kaira Looro e com júri de Kengo Kuma

A equipe de estudantes de Arquitetura e Urbanismo composta por Júnior da Mata (Arquitetura - FAV - 9º Período), Angelina Menesses (Arquitetura - PUC - 8º Período), Gustavo de Almeida (Arquitetura – PUC - 9º Período), Pablo de Oliveira (Engenharia Civil – IFG - 7º Período) sob orientação dos professores Lucas Felício Costa (Arquitetura-FAV-UFG) e Regis de Castro Ferreira (Arquitetura-FAV-UFG) foram finalistas do Concurso Internacional de Arquitetura promovido pela organização Kaira Looro – Architecture for Peace. Tendo como presidente da comissão julgadora o Arquiteto japonês Kengo Kuma. O tema desta competição foi o Centro de Operações de Emergência que tinha como principal objetivo projetar um equipamento para atendimento e gestão de crises emergenciais em regiões da África Subsaariana.

 

Prancha IORATAZIL


Júnior da Mata
relata que “foi incrível participar de uma das maiores competições para estudantes no mundo, tendo o peso do pritzer Kengo Kuma no júri, e sermos reconhecidos como a única equipe brasileira finalista. Em um momento tão difícil pelo isolamento social que vivemos, construir juntos uma ideia foi preciso reinventar a forma com que nos relacionamos e permitir que num só grito, milhares de pessoas tivessem voz. Agradecemos aos nossos orientadores os professores Lucas Felicio e Regis de Castro por dedicarem seu tempo a nos conduzir por esse caminho”.

Segundo o Prof. Lucas Felício todo o trabalho foi realizado de forma remota usando as plataformas de comunicação digital para as reuniões de equipe. A atividade teve início de forma presencial em 13 de março e logo migrou para o ambiente virtual quando deflagrado o isolamento social como medida de prevenção ao COVID-19. “O maior desafio foi ressignificar e reinventar as práticas de orientação presencial utilizando as ferramentas digitais”, complementa Felício. Já o Prof. Regis de Castro destaca que “o caráter interdisciplinar e multi-institucional da equipe, refletido em suas diferentes vivências e saberes, favoreceu enormemente o alcance deste resultado”.

O tema proposto pelo concurso – Centro de Operações de Emergência – também reflete sobre a condição de vulnerabilidade social, econômica e sanitária em gestão de crise, situação semelhante ao que vivenciamos atualmente. Para saber mais leia o resumo do conceito e partido do projeto:

 

Resumo do projeto:

A África não é um país! 

Muito além de uma divisão política das unidades federativas, a África é constituída de pessoas que expressam sua individualidade no modo que habitam, relacionam-se, produzem e reproduzem. Pessoas que constroem diariamente a resistência de sobreviver diante das constantes intempéries naturais, conflitos armados, imposições culturais, proliferação de doenças e escassez de suprimentos básicos.

Compreender esta África é revelar as camadas históricas e culturais existentes em diversos países. É reconhecer as formas de resistências que essas pessoas carregaram em seus corpos e transmitiram por gerações. Mas também é entender que em momentos difíceis a união é o maior poder de transformação.

Para responder às três funções básicas do Centro de Operações Emergenciais (gestão e organização da emergência; assistência, recepção e monitoramento; depósito e logística), esse módulo foi concebido em 4 fitas, conectando perpendicularmente entre si no seu ponto central. A articulação entre os módulos construídos, dispostos em formato de cata-vento, permite criar nesta centralidade uma praça que se constitui como espaço para gestão de crises, promovendo reuniões comunitárias, atendimentos diversos e logística para distribuição de mantimentos. 

Além de ser um ponto de partida para sua replicação, o pátio é o espaço que permite ser. Um espaço de logística, de acolhimento, de reunião, de manifestações culturais, de engajamento popular, de cultivo alimentar, de tratamento sanitário por zona de raízes, ou simplesmente o local de paz de uma região.

Trazemos em nossos corpos e pensamentos as trajetórias espaciais afrodiaspóricas que forjam nossa identidade social. Seja na arte, na música ou em outras manifestações, a cultura brasileira é também africana. Nas experiências arquitetônicas, identificamos estas aproximações a partir das técnicas construtivas vernaculares pelas quais podem ser identificadas nos Quilombos remanescentes, como por exemplo no uso do adobe, da taipa, nas coberturas em palhas e bambus, dentre outras.

A simbiose entre estes materiais permite harmonizar algumas condicionantes críticas de projeto, como os diversos aspectos climáticas existentes, o tempo de execução e os limitados recursos econômicos. No projeto buscamos resgatar estas soluções técnicas milenares a partir do uso do barro e da trama vegetal como vedação e cobertura. Estes materiais e sua disposição permitem criar um microclima favorável nos edifícios, com baixo impacto ambiental e a custo acessível. O calor acumulado durante o dia é transferido à noite e o resfriamento noturno ameniza o calor interno ao longo do dia. Na parte inferior dos blocos, tambores metálicos servem para armazenamento de água pluvial e/ou como boias para elevar o edifício em caso de enchentes.

 

Crédito texto: Equipe IORATAZIL161

Crédito Imagens: Equipe IORATAZIL161

 

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