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FAV recebe a exposição ‘agora ouço os sabiás’ da artista Valéria Scornaienchi

By Renato Cirino. On 11/16/23 17:08 . Updated at 11/16/23 18:02 .

A exposição ‘agora ouço os sabiás’, da artista Valéria Scornaienchi, convida às pessoas à uma aproximação ao afeto dos encontros

Agora eu ouço os sabiás
Foto: Galeria da FAV

Na exposição ‘agora ouço os sabiás’ Valéria Scornaienchi, a artista que reside em Campinas (SP), apresenta trabalhos recentes da produção artística. A proposta para a galeria da FAV é uma ocupação da sala expositiva pela criação de um ambiente imersivo com elementos do cerrado. A ocupação terá caráter científico-poético, constituído pela aproximação – e às vezes a mistura – de fragmentos de pesquisas realizadas pela artista, de textos poéticos e de desenhos de sua autoria, que serão transpostos a partir dos cadernos de registro. O desejo da artista é que esse material se apresente como um brotamento do cerrado no espaço da galeria, fazendo com que a experiência do público seja o mais imersiva possível. A mostra conta com a curadoria dos artistas Denis Rodriguez e Leonardo Remor, que coordenam a residência do Mirante Xique-Xique, na cidade de Igatu, situada na Chapada Diamantina, interior da Bahia, onde ela esteve imersa por 21 dias, e de onde surgiram a maior parte dos trabalhos expostos.

Nas paredes, além de desenhos, fotografias recortadas e fragmentos naturais, a artista traz artesanias feitas por mulheres da vila de Igatu, como as flores de folhas feitas por Dona Tuninha, o crochê de Dona Zelita e os colares de eucalipto da Dona Ilma. O desejo da artista é que “esse material se apresente como um brotamento dos biomas no espaço da galeria, fazendo com que a experiência do público seja a mais sensível possível”.

“Os trabalhos que propõem narrativas afetivas, que reavivam memórias distantes e que tecem novas tramas e inventários para futuras lembranças, e que acabam por se constituir em arquivos afetivos temporários – porque a matéria orgânica sempre decai espelha e sublima os limites da vida. Em sua prática Scornaienchi propõe maneiras de reconsiderarmos nossas relações com espécimes botânicas e o mundo natural, contestando as conexões das artes visuais informadas e reduzidas pela tradição da pintura naturalista e, consequentemente, a serviço do colonialismo, do imperialismo e da exploração dos recursos naturais. O afeto é a chave de leitura do seu fazer, e elemento furtivo, conceitual, que costura o sentido de suas ações artísticas”, pontuam os curadores da mostra.

O nome da exposição vem de uma experiência vivida em Igatu. A artista acordava todos os dias com o canto do sabiá barranco e laranjeira, fato que a instigou a fazer uma pesquisa sobre o canto desses pássaros tão abundantes no território brasileiro, que serão apresentados por meio de QR codes espalhados pelo espaço expositivo.

Programação

Agora ouço os sabiás de Valéria Scornaienchi

Abertura: 14/11/23 às 19h

Período expositivo: 16/11 a 20/12 de 2023

Visitação: de segunda a sexta, das 9h às 17h (exceto feriados)

Local: Galeria da FAV - UFG - Campus Samambaia - Chácaras Califórnia, Goiânia 74045-155

Redes sociais: @galeriadafav

 

Sobre Valéria Scornaienchi

Artista visual, mora e trabalha em Campinas, SP. Desenvolve suas pesquisas no campo da arte e da natureza. Sua produção atual estabelece-se pela construção tanto quanto pela coleta e manuseio sistematizado de imagens, frases, pequenos objetos naturais ou industrializados que se somam a gestos da artista interessada em constituir sua mitologia pessoal. Trabalha a partir de camadas de informação plástica e simbólica envolvendo o desenho, a colagem, a fotografia de celular e as instalações cuja manipulação combinada nos remete a outro lugar e tempo, no qual os mundos real e ficcional se confundem. sua produção deriva assim de arquivos construídos e revisitados a partir de viagens, residências e derivas cotidianas na qual a artista busca formas simbólicas para tratar da sobrevivência da terra em nós. Encontra na confluência entre processo e espaço expositivo um lugar de reflexão. As principais exposições individuais foram ‘pelo avesso’ (2019), no CHCM – Centro Histórico Cultural Mackenzie (SP) e, em 2018-2019, no Museu de Arte Contemporânea de Campinas (MACC); ‘nunca mais’(2016), na GAIA – Galeria do Instituto de arte, da Universidade de Campinas (Unicamp). Principais exposições coletivas: projeto ‘Remetimentos’ (2020), na Pinacoteca Miguel Dutra, em Piracicaba -SP; projeto de exposições do MARP – Museu de arte de Ribeirão Preto (2019), em Ribeirão Preto - SP, ‘como habitar o desenho’ (2018), na galeria da UFF – Universidade Federal Fluminense, em Niterói, RJ; ‘palavra + imagem, no MuNa (2016), Uberlândia, MG, no MAMM (2016), Juiz de Fora, MG e no MAG (2015), Goiânia.

Participou de vários salões de arte, entre eles, o de Guarulhos (2013), no qual teve seus desenhos premiados. Em 2022 fez duas residências investigando a paisagem em lugares distintos: Serra da Mantiqueira (Casero Residência,Parque Nacional de Itatiaia, RJ) e na chapada Diamantina (Mirante Xique Xique, Igatu, BA). Em 2023, a residência São Jerônimo (Belém, PA). Tem obras nos acervos do MACC, CHCM e MuNa.

Source: Galeria da FAV

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