Exposição "(Entre)corpos" chega à Vila Cultural

Goiânia recebe, no dia 18/10, a manhã de abertura da exposição "(Entre)corpos", do artista visual João Almeida, na Vila Cultural Cora Coralina, um dos principais equipamentos culturais da capital. Com entrada gratuita e classificação livre, a abertura acontece das 09:30h às 12h e convida o público a mergulhar em uma série fotográfica que tensiona os limites entre o documental e o poético, entre a  presença e a ausência, entre o arquivo e a ruína. A exposição é resultado de uma investigação sensível sobre a memória e a fotografia contemporânea, onde a imagem não apenas registra, mas também evoca, interroga e assombra. O motivo central das obras — troncos mortos incrustados na paisagem urbana — transforma-se em metáfora para discutir permanência e desaparecimento, sugerindo uma arqueologia da superfície e uma reflexão sobre o que nos escapa cotidianamente.

Os registros, em preto e branco, não apenas documentam o espaço urbano em transformação, mas também revelam a fragilidade do lembrar e o caráter transitório de nossos vínculos com o ambiente que nos cerca. A poética da errância — espacial e temporal — guia o percurso do artista, que caminha à deriva pelas ruas, colecionando fragmentos, ruínas e sombras. Cada imagem opera como vestígio de uma história soterrada, como um rosto em mutação esculpido na paisagem da cidade. Como destaca o texto curatorial, as fotografias instauram um território de assombro e convocam o olhar do público a ressignificar o banal e o apagado.

João Almeida, nascido em 2001 em Jataí (GO), é graduado em Artes Visuais pela FAV/UFG e atualmente mestrando em Arte e Cultura Visual pelo PPGACV. Sua trajetória artística é
marcada por pesquisas sobre materialidade, memória e o gesto, com foco em práticas fotográficas desenvolvidas no espaço urbano. Participou de diversas exposições nos últimos anos, entre elas o Salão  Nacional de Arte do MAC Jataí, “Entre o plural e o singular” (Galeria FAV), “Antologia do Amanhã” (Vila Cultural Cora Coralina) e “Do Interior ao Avesso – Artistas LGBTQIAPN+” (MAC-Jataí). Atuou também como curador, editor e redator em múltiplos projetos artísticos e culturais.

A curadoria da exposição está sob responsabilidade de Samuel de Jesus, professor, curador e crítico de arte com trajetória acadêmica e artística amplamente reconhecida no Brasil e no exterior. Com formação em História da Arte pela Universidade François Rabelais de Tours e em Artes Plásticas pela Escola Superior das Belas Artes de Tours, Samuel também é mestre pela Universidade de Paris I (Panthéon-Sorbonne) e doutor em Cinema e Audiovisual pela Universidade de Paris III – Sorbonne-Nouvelle, além de doutor em Comunicação pela UFRJ. Realizou pós-doutorado em Artes Visuais na USP, com foco na representação do corpo e suas práticas extremas nas artes contemporâneas.

Atualmente, é Professor Doutor de História da Arte na Faculdade de Artes Visuais da Universidade Federal de Goiás (FAV-UFG), onde coordena o Programa de Pós-Graduação em Arte e Cultura Visual (PPGACV) e a Galeria de Artes Visuais do CCUFG. Sua atuação articula pesquisa, ensino e curadoria, com especial interesse pelas poéticas do corpo, pelas estéticas da imagem e pelas intersecções entre arte, política e memória. A exposição conta com o apoio do NIHA – Núcleo de Investigação em História da Arte, coordenado pelo professor Samuel de Jesus, que está vinculado à Faculdade de Artes Visuais da UFG. O NIHA integra o Diretório de Grupos de Pesquisa do CNPq e promove práticas críticas e experimentações estéticas no campo da arte e da tecnologia. A mostra também conta com o apoio do Programa de Pós-Graduação em Arte e Cultura Visual (PPGACV) da UFG, referência nacional em produção acadêmica, exposições e ações de extensão na área das visualidades e processos artísticos.

Como parte da programação da exposição, será realizado um processo de compensação de carbono durante a exibição, reafirmando o compromisso com práticas sustentáveis e a urgência de fortalecer ações voltadas à preservação ambiental. A iniciativa acontece em parceria com o projeto Virada Ambiental, da EECA-UFG, que desde 2019 promove a conscientização ecológica por meio do plantio de mudas em áreas degradadas e da difusão da importância da biodiversidade.

A Virada Ambiental já compensou centenas de toneladas de carbono por meio do reflorestamento em Goiás, envolvendo alunos, professores e técnicos da universidade. Ao integrar arte, responsabilidade ecológica e comunidade, a exposição transforma o gesto da compensação de carbono em uma ação simbólica e concreta de compromisso com um futuro mais sustentável em Goiânia.

A Vila Cultural Cora Coralina, localizada no Setor Central de Goiânia, é um espaço versátil e acessível, reconhecido por abrigar importantes eventos artísticos e culturais. Inaugurada em 2013 e administrada pela Secretaria de Estado da Cultura de Goiás, a Vila possui salas e ambientes com capacidades variadas, como o hall (250 pessoas) e a varanda (450 pessoas), funcionando diariamente das 9h às 17h com entrada franca.