02122025 - fav e plano diretor - miniatura

Servidores da FAV contribuíram com o novo Plano Diretor da UFG 2025-2035

Por Renato Cirino. Em 03/12/25 15:12. Atualizada em 19/12/25 18:20.

O projeto foi coordenado pela arquiteta Lívia Maria Moreira e contou com a participação de Anderson Ferreira, Gustavo Luz e Bráulio Vinícius

Reitoria UFG
Foto: UFG institucional

Novo Plano Diretor 2025-2035

O novo Plano Diretor (PD) da Universidade Federal de Goiás (UFG), que abrange o decênio 2025-2035, foi instituído pelo Conselho Universitário (Consuni) em novembro. O documento substitui o último plano, criado em 1984, e representa o desafio de sistematizar as transformações sociais, espaciais e institucionais pelas quais a UFG passou ao longo de 41 anos.

Com esse propósito, o Gabinete da Reitoria (GR), por meio do Grupo de Trabalho de Infraestrutura (GT Infra), formou uma equipe composta por servidores(as) de diversos órgãos e unidades da universidade. O objetivo era reunir um grupo capaz de lançar um olhar técnico, crítico e, ao mesmo tempo, empático e humanizado sobre as necessidades da comunidade universitária.

Participação da FAV e da comunidade acadêmica

Na composição da equipe, a Faculdade de Artes Visuais (FAV) foi representada por seus servidores técnico-administrativos (TAEs) e arquitetos Lívia Maria Moreira, Anderson Ferreira da Silva e Gustavo Luz. Também participaram estudantes de graduação: Ana Clara Guerreiro, Heber Silva Campos, Josué Figueredo Rocha, Marcelo Rodrigues Ribeiro, Thaine Pereira dos Santos, Schasla Eduarda Cassiano e Victor Lucas Silva Correia.

Por fim, colaboraram ainda os arquitetos e professores Bráulio Vinícius Ferreira, Erika Kneib e o corpo docente do curso de Arquitetura e Urbanismo da instituição, na condição de consultores em suas respectivas áreas de atuação.

Prédio da Faculdade de Artes Visuais
Prédio da Faculdade de Artes Visuais — Foto: arquivo institucional

Etapas do trabalho e coordenação técnica

Reunião com gestores e ex-gestores da UFG
Reunião com gestores e ex-gestores da UFG sobre o Plano Diretor. Agachados, a partir da direita, estão Anderson Ferreira e Lívia Maria — Foto: Lívia Maria

A primeira etapa do Plano, destinada ao levantamento e mapeamento das necessidades da comunidade universitária, foi coordenada por Lívia Maria, Anderson Ferreira e Matheus Aguiar Möller, técnico-administrativo lotado na Seinfra.

Já a segunda fase, voltada aos diagnósticos e diretrizes, teve coordenação técnica de Lívia Maria. A arquiteta, lotada na FAV, coordena o Laboratório de Arquitetura e Urbanismo da faculdade. Mestra pelo Programa de Pós-Graduação em Projeto e Cidade (PPGPROCIDADE), desenvolve pesquisas sobre densidade urbana, saúde e segurança do trabalho e urbanismo sustentável.

Vozes do Plano Diretor

Em entrevista à Rádio UFG, Lívia descreveu a elaboração do PD como um “processo intenso e colaborativo”. O primeiro ano foi dedicado ao diagnóstico técnico dos campi, enquanto o segundo concentrou-se em debates com a comunidade universitária e ex-gestores da instituição. Para ela, o trabalho não se encerra com a publicação dos resultados: o plano é “um documento vivo” que deve ser constantemente atualizado conforme as mudanças institucionais.

A arquiteta também destaca um aprendizado pessoal que ultrapassa as conquistas institucionais: “O aprendizado humano foi primoroso; mesmo diante das dificuldades, sinto que amadureci como pessoa e como profissional”. Seu colega Anderson Ferreira, doutor em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade de Brasília (UnB), reconheceu o empenho e a liderança de Lívia durante o processo, afirmando que o trabalho foi conduzido “com o maior primor e que, sem ela, não teríamos conseguido”.

Lívia Maria, em visita ao Campus Aparecida de Goiânia
Lívia Maria, em visita ao Campus Aparecida de Goiânia — Foto: arquivo pessoal

Para Anderson, participar da elaboração do PD foi um “privilégio”. Ele define a experiência como “a maior e melhor missão que tive enquanto servidor público” e enfatiza o fato de o trabalho ter sido realizado integralmente por servidores da UFG:

“É gratificante participar como trabalhador da UFG. A universidade não contratou alguém de fora: utilizou o conhecimento de dentro da FAV para realizar o projeto. Poucos arquitetos terão a oportunidade de elaborar um plano diretor. O da UFG é comparável ao de uma cidade — e muitas cidades brasileiras têm de 15 a 20 mil habitantes, enquanto a universidade reúne mais de 40 mil pessoas.”

Anderson Ferreira, arquiteto e técnico-administrativo lotado na FAV
Anderson Ferreira, arquiteto e técnico-administrativo lotado na FAV — Foto: arquivo pessoal

Nessa mesma linha, o arquiteto Gustavo Luz, doutor em Arte e Cultura Visual pela UFG, recorda as dificuldades da primeira fase: “Foi um levantamento desafiador, no qual estivemos presentes em cada unidade da instituição”. Ele reconhece que o documento trará “coesão e acessibilidade” ao crescimento da universidade na próxima década.

Gustavo Luz, arquiteto e técnico-administrativo lotado na FAV
Gustavo Luz, arquiteto e técnico-administrativo lotado na FAV — Foto: arquivo pessoal

O professor Bráulio Vinícius Ferreira, docente da FAV/UFG, destaca que o PD permitirá à instituição planejar seu desenvolvimento com base em um “instrumento técnico e qualificado”. Especialista consultor na segunda etapa, Bráulio priorizou a criação e implementação do Campus da Cidade Ocidental (GO), localizado no Entorno do Distrito Federal. Ele ressalta: “Agora, a gestão universitária tem dados, números e diretrizes que orientam a ocupação espacial da UFG”.

Para o professor, participar do projeto representa uma realização pessoal e profissional: “Sinto-me honrado por colaborar com a história da universidade”.

Bráulio Vinícius, professor do curso de graduação em Arquitetura e Urbanismo da FAV/UFG
Bráulio Vinícius, professor do curso de graduação em Arquitetura e Urbanismo da FAV/UFG — Foto: arquivo pessoal

De modo geral, professoras e professores do curso de Arquitetura e Urbanismo da FAV/UFG participaram como consultores(as) do Plano Diretor, contribuindo em suas áreas de especialização para a construção de um diagnóstico consistente e aderente à realidade dos campi e das necessidades da comunidade.

A FAV não apenas deixou sua marca no projeto — constituiu um corpo técnico dedicado à história e à evolução da UFG.

Relato pessoal – Lívia Maria e sua experiência com o Plano Diretor

"Livia
Lívia Maria Moreira, arquiteta lotada na FAV e coordenadora do Plano Diretor — Foto: arquivo pessoal

“Sinto-me honrada em ter participado da coordenação do Plano Diretor da UFG; foi uma experiência singular. Enfrentamos um percurso intenso e desafiador e conseguimos desenvolver uma metodologia adaptada à nossa realidade e aos nossos recursos, que deu muito certo.

Ao longo do processo, estabelecemos uma parceria sólida e de confiança com a equipe gestora da universidade, que nos deu total apoio institucional para o desenvolvimento do trabalho.

Além do aprendizado técnico sobre os campi da UFG, o aprendizado humano foi primoroso; mesmo diante das dificuldades, sinto que amadureci como pessoa e como profissional.

Só tenho a agradecer pela oportunidade e pelos caminhos que se abriram e se abrirão a partir deste projeto, ao qual me dediquei e acreditei desde o primeiro dia, mesmo antes de termos plena consciência da dimensão e do alcance que este trabalho teria.

Ver o que o Plano Diretor se tornou para a Universidade Federal de Goiás, ver os amigos e parceiros que fiz durante o processo e ver os frutos que já estamos colhendo me enche de orgulho e me motiva a contribuir ainda mais com essa universidade que tanto amo.”

Categorias: Notícias FAV Plano Diretor Servidores Arquitetura e Urbanismo técnico-administrativos